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domingo, 6 de fevereiro de 2011

Quanto tempo vive uma cabeça?

Pensei em postar aqui esses dias mas só me vinham coisas chatas e emocionais. Hoje acordei, tomei o meu café da manhã, que surpreendentemente estou tomando todos os dias, e depois de passear aqui pela internet por uns minutos achei um artigo interessante.

É sobre um médico francês que em 1905 queria saber quanto tempo duraria a consciência em uma cabeça decepada ( guilhotinada no caso ) e realizou um experimento que alguns chamariam de mórbido na execução de um prisioneiro que teria a cabeça cortada.
Esse relatório do experimento tem um link na entrada da Wikipedia sobre a guilhotina.

Aparentemente o Dr. Beaurieux fez suas observações baseado na execução do prisioneiro Henri Languille e imediatamente tentou chamar a atenção da cabeça, assim que o prisioneiro fora decapitado.

"Aqui, então, é o que pude constatar imediatamente após a decapitação: as pálpebras e os lábios do homem guilhotinado funcionavam em contrações rítmicas irregulares por cinco ou seis segundos. Esse fenômeno já foi observado por todos que já se encontraram na mesma posição que me encontro ao observar o que acontece depois que do corte do pescoço...

Esperei por alguns segundos. Os movimentos espasmódicos cessaram [...] Foi aí em que chamei em uma voz forte, cortante: "Languille!" Vi as pálpebras se levantarem vagarosamente, sem nenhuma contração espasmódica - Eu insisti deliberadamente nessa peculiaridade - mas com um movimento homogêneo, bem distinto e normal, assim como o que o ocorre no dia a dia, com pessoas acordadas por ou divididas pelos seus pensamentos.

A seguir os olhos de Languille definitivamente se fixaram nos meus e as pupilas se focaram. Eu não estava, ali, lidando com o típico olhar vago e obtuso sem expressão, isso pode ser observado qualquer dia em pessoas prestes a morrer as quais um fala: eu estava lidando com olhos vívidos que olhavam de volta para mim sem dúvida. Após mais alguns segundos, as pálpebras se fecharam de novo [...].

Foi nesse ponto que o chamei de novo, e mais uma vez, sem nenhum espasmo, vagarosamente, as pálpebras se levantaram e sem dúvida os mesmos olhos cheios de vida se fixaram nos meus com talvez até mais compenetração do que da primeira vez. Teve assim outro fechamento das pálpebras, mas agora menos completo. Eu tentei o efeito de um terceiro chamado; não houve outros movimentos - e os olhos tomaram o olhar vítreo presente nos mortos."

Parece que em 1935 isso também foi discutido em um artigo breve em uma edição do Journal of the American Medical Association mas o link que me passaram não funcionava ( cortem-lhes a cabeça! ).

EDIT: Mas agora que procurei um pouco encontrei o link com a pergunta e a resposta do JAMA em pdf: http://www.scribd.com/doc/18249769/JAMA-Sept-9-1939-Queries-and-Minor-Notes-Decapitation-and-Consciousness

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